terça-feira, 7 de outubro de 2014

Um curral eleitoral chamado BOLSA-FAMILIA!


A maior parte dos eleitores do PT/Dilma, foram eleitores do Norte/Nordeste do pais, inclusive se Dilma dependense apenas dos votos dos estados do Norte/Nordeste, teria se elegido com ampla maioria ainda no primeiro turno.
Quem de vocês aqui gosta do Bolsa Família levanta a mão?”, brada ao microfone, do alto de um palanque improvisado, o senador Lobão Filho, candidato do PMDB ao governo do Maranhão, na cidade de Barra do Corda (85.000 habitantes). A plateia reagiu imediatamente com os braços estendidos. O candidato continuou: “Isso me preocupa, porque os nossos adversários estão unidos a Aécio Neves, que já disse em todos os jornais e todas as emissoras de TV que é contra o Bolsa Família".
Filho do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), que orbita o petismo como representante de José Sarney há anos, o candidato peemedebista convive com Aécio Neves no Senado. Os dois são colegas. O peemedebista sabe que o tucano nunca se opôs ao programa – pelo contrário, é de Aécio a proposta para transformar o programa em política permanente de Estado. Mas, nos grotões do Brasil, Lobão Filho utiliza um discurso convenientemente falso. Mesmo um candidato ligado à oligarquia recorre ao discurso de que os seus concorrentes são inimigos do povo por causa de uma oposição fictícia ao programa.
Nas últimas semanas, os candidatos a presidente (especialmente Dilma Rousseff) intensificaram as viagens a São Paulo para tentar conquistar a simpatia do eleitor paulista. A razão é óbvia: o Estado tem 32 milhões de votos, o maior número de eleitores entre as unidades da federação. Mas, na disputa deste ano, também está em jogo um "colégio eleitoral" muito mais poderoso – e leal: o dos beneficiados pelo Bolsa Família.
São 14,2 milhões de famílias contempladas pelo programa. Mas estudiosos do programa, como o economista José Matias-Pereira, especialista em gestão pública e professor da Universidade de Brasília, estima que pelo menos 40 milhões de eleitores sejam afetadas pelo programa.
 A conta inclui não só os mais de 25 milhões de eleitores que recebem recursos do programa. "Existe, por exemplo, a pessoa que pensa: se minha filha perder o Bolsa Família com os cinco filhos que ela tem, ela vai voltar para dentro da minha casa", diz o professor.
Ele também cita comerciantes que vendem fiado para os beneficiários do programa em localidades pobres :"Há uma espécie de medo nessas comunidades. Independentemente de a pessoa receber o Bolsa Família, ela acompanha a decisão da maioria porque sabe que, se aquilo mudar,também ameaça os interesses dela". E, claro, essa arma é utilizada à exaustão por políticos Brasil afora, especialmente longe dos holofotes.
Neste ano, a Bahia foi a que mais recebeu repasses do governo federal no programa Bolsa Família: 1,36 bilhão de reais, segundo o Portal da Transparência do governo federal. As maiores cidades do estado são as principais beneficiárias: Salvador, com 113,8 milhões de reais neste ano, Feira de Santana, com 29,2 milhões de reais, e Vitória da Conquista, com 21,9 milhões de reais.
Há mais beneficiários do programa na Bahia do que em São Paulo, cuja população é três vezes vezes maior. Mais em Pernambuco do que em Minas Gerias. Mais no Maranhão do que no Rio de Janeiro. Isso ajuda a explicar por que o Nordeste se transformou em uma quase intransponível fortaleza eleitoral do petismo.
Em 2014, até agora, o governo destinou 10,5 bilhões de reais ao programa.
Jailza Barbosa, 33, desempregada, moradora do bairro Cajazeiras, em Salvador, tem dois filhos, de 10 e 15 anos, e recebe 134 reais por mês. “O candidato em que eu vou votar é o do partido que me ajuda por causa do Bolsa Família. Não sei o nome dele, mas já estava com isso na cabeça. O programa é muito bom porque me ajuda e é a única renda que eu tenho hoje”, diz.
O número de beneficiários só tem aumentado: em 2004, eram 6,6 milhões de famílias atendidas. A elevação desde então foi de 215%, muito acima do crescimento vegetativo na população – e se deu num período em que, segundo o governo, dezenas de milhões de pessoas deixaram a pobreza. Os números ajudam a entender o que é fácil de constatar in loco.
Na cidade Central do Maranhão, onde Dilma teve 96% dos votos em 2010, é difícil encontrar alguém que saiba quais são os adversários da presidente Dilma Rousseff. E a razão principal para o apoio incondicional à petista, seja qual for o oponente, é apresentada pelos próprios eleitores. Como o lavrador Carlos Azevedo: “Para mim, a candidata é a Dilma. A gente tem medo de tirarem o Bolsa Família”, diz ele, ao lado da mulher, a dona-de-casa Marinete Viana. Ela diz ter visto na televisão a informação de que os adversários da presidente colocariam fim ao programa.
"Não me interessa saber quem são os outros candidatos", declara Claudilene Melo, que trabalha como doméstica mas também recebe o Bolsa Família.
O cenário eleitoral deve acentuar a importância do Bolsa Família para a candidatura de Dilma Rousseff. A trágica morte do candidato Eduardo Campos e a possível entrada de Marina Silva na disputa devem acentuar, por um lado, a vantagem de Dilma no Nordeste e, por outro lado, tirar votos da petista nas grandes cidades. Como consequência, a tendência é que o PT se encastele ainda mais no Nordeste, onde estão 52% dos beneficiados pelo Bolsa Família.
"O governo vai se fiar nesses programas de transferência de renda, porque a gerência macroeconômica é débil, a inflação é crescente, o crescimento econômico tem sido pífio", diz o professor Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas.
O efeito do Bolsa Família nas eleições de 2006 e 2010 foi objeto da análise de pesquisadores do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB). Conclusão: havia uma forte correlação entre o voto no PT e a participação no programa do governo.
Independentemente da postura dos adversários de Dilma Rousseff, a maior parte dos eleitores que recebem o Bolsa Família não arrisca apoiar aquilo que veem como uma aposta duvidosa. Para o jogo democrático, o efeito é desastroso.
Se o único critério na escolha do candidato é o Bolsa Família, o eleitor vota sem levar em conta outros temas essenciais, como as políticas para saúde, segurança e o combate à corrupção. “É como se nós tivéssemos voltando para o século XIX, com os currais eleitorais fechados”, diz o professor José Matias-Pereira.
Como o número de beneficiários do Bolsa Família cresce continuamente, é cada vez maior o contingente de eleitores que escolhe seu candidato presidencial apenas com base no receio de perder o pagamento mensal. “O coronel local está sendo substituído pelo coronel federal. Mas o padrão é o mesmo: o modelo patrimonialista onde indivíduo usa os bens do estado para se beneficiar politica ou em benefício próprio”, afirma o professor da UnB.

O jurista e FUNDADOR do PT, Dr.Helio Bicudo, inclusive fez uma declaração que elucida bem esta situação:
“José Dirceu me disse: Bolsa Família são mais de 40 milhões de votos”

Esse é o poder do PT. Qualquer um sabe que o assistencialismo, para não ser uma mera compra de votos, deve ocorrer de forma descentralizada, para que o recebedor não confunda o seu benefício com o governo federal, estadual ou municipal. É uma ingenuidade achar que os milhões de benefíciários desse programa não irão votar perpetuamente no partido que lhes concedeu esse dinheiro. Afinal de contas, os marqueteiros do PT sabem o que fazem. Pobres e incautos jamais trocam o certo pelo duvidoso, pois sabem a maior forma de influenciá-los é pelo medo.

Por outro lado....

No dia 30 de outubro de 2013, o senador Aécio Neves apresentou no Senado Federal projeto de lei para tornar benefício do bolsa família permanente. Este projeto, se aprovado, faria o Bolsa Família se perpetrar, independente de qual governo esteja no poder, ou seja, acabaria com a moeda de troca do PT (e talves não seja por bondade apenas do neto de Tancredo Neves, mas de extratégia para acabar com o curral eleitoral do PT, de qualquer forma seria algo interessante).

“Porque o grande temor das famílias que recebem o Bolsa Família para se reintroduzirem no mercado de trabalho é que depois, eventualmente perdendo o emprego, tenham dificuldade para serem recadastradas” disse o senador Aécio.
(Isto tambem faria sentido...)

O projeto, 4 meses após apresentado no Senado, seria votado no dia 19 de fevereiro, más com o objetivo de retardar a análise do projeto, a base do governo requereu que fosse apresentado a mais uma comissão da casa (Comissão de Assuntos Econômicos).

“O PT opta por não transformar o Bolsa Família em um programa de Estado porque o que lhe interesse é ter um programa para chamar de seu. É uma medida protelatória”,protestou Aécio

Essa batalha da sinais claros de estar longe do fim. Ainda em outubro, quando apresentou o projeto, algum tempo após o ex-presidente Lula dizer que, caso se elegesse, a oposição poderia extinguir o benefício. O Senador criticou duramente o PT e disse que as pessoas não deveriam conviver com “terrorismo” lançado pelo PT de que se perder a eleição as pessoas ficarão sem o Bolsa-Família, declarando ainda, que essa é uma medida política para que o PT se “perpetue no poder” e, também segundo o Senador, tornar lei o Bolsa-Família irá evitar “recorrentes manipulações” desde que o benefício foi criado.

O PT TEM QUE CAIR... ANTES QUE SEJA TARDE.

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