quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Charlie Hedbo: co-fundador reconhece que publicação passou dos limites da liberdade de expressão.


Um dos fundadores da revista satírica francesa Charlie Hebdo acusou o editor-chefe, Stéphane Charbonnier - conhecido como "Charb" e morto no atentado há oito dias, em Paris - de ter "arrastado a equipe até a morte", devido a sua insistência em publicar charges provocativas sobre o profeta Maomé. As informações são do The Independent.

Segundo a publicação, Henri Roussel, 80 anos, contribuiu para a edição do primeiro número da Charlie Hebdo, em 1970, e teria ajudado a fundar a publicação, que se chamava Hara-Kiri Hebdo, na época.

De acordo com Roussel, em 2011, ele teria avisado Charb que uma capa que trazia uma charge humorística de Maomé seria vista com maus olhos pelos muçulmanos. Mesmo assim, a charge foi publicada e a redação da revista sofreu um ataque de bomba, cujos responsáveis não foram identificados.

"Acredito que somos tolos que correram um risco desnecessário. Achamos que somos invulneráveis. Durante anos, até décadas, foi uma provocação e, um dia, a provocação se voltaria contra nós", diz Roussel.

O cofundador conta que, cerca de um ano depois do ataque com bombas, Charb insistiu em publicar uma nova charge de Maomé. No desenho, o profeta estava em uma cadeira de rodas, nu e dizia que "não se deve zombar dele".

E como prova da liberdade de expressão francesa:
A equipe e o advogado da revista não aceitaram as afirmações de Roussel e pretendem mover uma ação contra ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário