quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Che Guevara e o rock and roll

Ao longo da história o Rock já sofreu tentativas de proibições ou censura prévia em vários países, inclusive, em seu país de origem.
O caso mais famoso e notório de tentativas de censura ocorreu nos Estados Unidos com o PMRC (Parents Music Resource Center), quando a direita conservadora americana tentou censurar o rock e o metal nos anos 80, resultando no famoso selo “Parental Adivsory Explicit Content”, em que a participação de Frank Zappa e Dee Snider discursando no congresso americano foram decisivas a nosso favor. A história é bem conhecida e não faltam materiais sobre o ocorrido, portanto irei deixar este caso de lado e falar de outros casos de censura menos conhecidos, ou completamente ignorados.

Rock x Che Guevara

Não sei exatamente o porquê, mas há entre os jovens e muitos tios velhos marxistas, uma falsa ilusão de que o Rock e o socialismo caminham juntos. Erro crasso!
Há um total desconhecimento (proposital ou não) acerca dos fatos que torna injusta uma analise histórica. Ainda hoje jovens e revolucionários de DCE misturam o idealismo do Rock com a cegueira quase religiosa das utopias marxistas.
O que dizer dos roqueiros que pagam pau para Socialismo e Comunismo; que desfilam orgulhosos com camisas estampando a clássica foto de Che Guevara? 
Músicos como Santana e Rage Against the Machine gostam de associar sua imagem à de Che. 
Mal sabem eles (ou fingem que não sabem) que Cuba proibiu o rock entre 64 e 66, declarando os Beatles, por exemplo, agentes do imperialismo capitalista.
Será que ainda o fariam se soubessem que a primeira ordem oficial de Che ao tomar a cidade de Santa Clara foi banir a bebida, o jogo e os bailes como "frivolidades burguesas"? 
O próprio neto de Che, Canek Sánchez Guevara, não escapou da perseguição. O guitarrista sofreu nas garras do regime policialesco que seu avô ajudou a criar, e preferiu fugir de Cuba. Homossexuais também foram vítimas de perseguição e acabaram em campos de trabalho forçado. Algo irônico que pensarmos no ativismo GLSBTXYZ vinculado aos partidos de esquerda no Brasil nos dias de hoje.
Então meu pequeno comuna, entenda. Che Guevara não gostava de rock, se fosse vivo e fizesse parte do governo do seu país ele, no mínimo cancelaria todos os eventos do gênero e talvez mandasse você para a prisão se insistisse em cultuar os valores do imperialismo Yankee.

Imagem
Quer usar uma camisa com a cara de alguém ligado a Cuba? Use uma com a foto do cubano Gorki Águila. Não sabe quem ele é? É obvio que não seu bunda! E agradeça isso ao seu ídolo Fidel Castro.
Gorki Águila é um músico anarco-punk cubano dissidente, e vocalista da banda “Porno para Ricardo”, conhecida por suas críticas ao autoritarismo do governo dos irmãos Castro.
Em 2003, Águila foi preso por porte de drogas depois que uma policial disfarçada de fã recebeu dele anfetaminas (Mas a esquerda não é a favor da liberação das drogas?). 
Águila argumentou que o episódio não passou de uma armadilha e uma tentativa de silenciá-lo. Solto depois de cumprir sua pena, Águila se tornou ainda mais crítico ao governo cubano, suas músicas se tornaram ainda mais politizadas. 
Em uma entrevista para a CNN em 2007, Águila afirmou que o "Comunismo é uma falha. Um erro total. Por favor, Esquerdistas do mundo - melhorem seu capitalismo". Em uma entrevista com anarquistas cubanos exilados o "Porno Para Ricardo" descreveu o anarquismo como sendo "muito sedutor".
Em Agosto de 2008, Águila foi preso pela polícia cubana pela acusação de "periculosidade" que permite que pessoas sejam detidas diante da intenção de cometer crimes. A condenação implica uma pena de um a quatro anos de prisão. Acusações de "estado de periculosidade" são comumente aplicados a pessoas alcoolizadas e comportamento antissocial.

Gorki sendo preso
Gorki sendo preso

Lá nos EUA durante os anos 80 éramos (e ainda somos) pervertidos. Poderíamos ser processados, poderíamos ter um selinho escroto nas capas dos CDs e sermos até presos. Já em Cuba somos agentes do imperialismo e acabamos presos. Roqueiro só se f...

"Camaradas" Censuraram o Rock

Na União Soviética e no Leste Europeu não havia proibição oficial. Bandas locais eram permitidas, mas tinham de passar por censores. Discos de bandas estrangeiras simplesmente não eram lançados, mas o mercado negro proliferava.
A Hungria viu surgirem bandas cultuadas como “Omega” e “Illes”, enquanto a Tchecoslováquia ficou famosa pela “Plastic People of the Universe” que se tornou ícone na luta contra a ocupação Soviética.
Na China, o veto ao rock fez parte da Revolução Cultural (66-69).
Entre os países islâmicos, a Indonésia proibiu o rock durante três décadas (60-90) e o Paquistão entre os 77 e 88. No Afeganistão sob o talibã, qualquer tipo de música, exceto seus cânticos devocionais, foi proscrito entre 94 e 2001.
O Heavy metal, dado ao extremismo, é ainda mais rechaçado em países islâmicos como o Irã; onde artistas do gênero são expulsos de seu país.
Aos fãs de Rock comunistas e socialistas sugiro que façam "Rock Socialista", sem Rock. Pois rock é coisa de Yankee imperialista. Ou continuem ignorando este fato e sejam felizes com sua total incoerência.
Direita e esquerda, já tiveram, ou ainda tem problemas com o rock; por seu DNA contestador e transgressor. De fato, o único sistema em que o Rock se identificou é o Anarquismo. Claro que nos dias de hoje temos representantes de várias correntes politicas divergentes no heavy metal e no rock. Não se chega aos 40 anos de vida impune a essas mudanças.
Em contra partida na Europa o metal tem sido usado por grupos de extrema direita e neonazistas o NSBM: “National Socialist Black Metal”. Embora alguns acéfalos insistam em confundi-lo como um movimento socialista (não que eu veja alguma diferença, mas não é!) para difundir suas ideias de racismo e intolerância. Mas isto é outro assunto.

Encerro este post com uma frase de Paul Stanley(KISS):

"Não importa o que façamos, cada um terá uma visão diferente. É fantástico como as pessoas sempre têm ideias melhores... para elas. Só que elas precisam saber se suas ideias são melhores para todo mundo." (Paul Stanley).








Fonte:
http://whiplash.net/materias/biografias/177334.html

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