Um pais com duas formas de sistemas trabalhistas não tem como dar certo...
Um funcionário público da União que se aposentar neste ano, aos 60 anos de idade e com expectativa de viver até os 80, custará R$ 3,34 milhões para os cofres do Governo. Esse é o valor médio, por servidor, que será desembolsado pela União para garantir o pagamento das aposentadorias ao funcionalismo, segundo cálculo da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados. Se esse servidor for um militar, o montante é ainda maior: R$ 4,92 milhões.
Um funcionário público da União que se aposentar neste ano, aos 60 anos de idade e com expectativa de viver até os 80, custará R$ 3,34 milhões para os cofres do Governo. Esse é o valor médio, por servidor, que será desembolsado pela União para garantir o pagamento das aposentadorias ao funcionalismo, segundo cálculo da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados. Se esse servidor for um militar, o montante é ainda maior: R$ 4,92 milhões.
No
caso dos empregados da iniciativa privada, que contribuem com o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o valor por pessoa apresenta
um desequilíbrio menor, mas ainda assim tem impacto considerável para
os cofres públicos. Um trabalhador da área privada que se aposentar
neste ano, com expectativa de mais 20 anos de vida, custará, em média,
R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.
Esse
custo existe devido a desequilíbrios históricos dos regimes de
Previdência no Brasil, que têm distorções e beneficiaram grupos
específicos. O valor extra não deveria existir em nenhum caso, porque
representa um desembolso além daquilo que o Governo já paga à
Previdência na condição de empregador.
“A
sociedade já está pagando, por meio do empregador, a contribuição
patronal. Então não era para ter de pagar mais nada depois”, afirma o
consultor de Orçamento da Câmara Leonardo Rolim. Esse desequilíbrio é
chamado tecnicamente de déficit atuarial dos regimes de Previdência e
significa que, se fosse necessário pagar hoje todos os benefícios -
atuais e futuros -, não haveria recursos suficientes, e o Tesouro seria
obrigado a desembolsar esse montante.
O
cálculo relativo ao regime geral foi feito pela Consultoria de Orçamento
da Câmara a pedido da reportagem. Rolim esclarece que, como o regime
geral prevê entrada de novas pessoas e tem avaliação atuarial só até
2060, o cálculo é aproximado e considera um déficit estável a partir de
2061.
Estados
Para
Estados e municípios, o déficit atuarial per capita também é menor que o
da União. Nos Estados e no Distrito Federal, é de R$ 1,03 milhão. Nas
capitais, é de R$ 161 mil, e, nos demais municípios, de R$ 97 mil. Com a
reforma da Previdência que o Governo Michel Temer vai enviar ao
Congresso, a ideia é criar uma regra única de aposentadoria - com idade
mínima de 65 anos e tempo mínimo de contribuição de 25 anos - para
funcionários públicos e privados.
Embora
afirme que os militares têm de ter regras diferentes, Rolim defende a
necessidade de equiparar a contribuição deles, hoje em 7,5%, à dos
civis, que é de 11%. Além disso, sugere a criação de idade mínima -
atualmente, só é exigido tempo de contribuição, de 30 anos.
“Primeiro,
a contribuição dos militares é menor. Segundo, o gasto com pensão é
muito maior. Terceiro, eles se aposentam muito mais jovens. Juntando
essas três coisas, dá essa bomba”.
No
caso dos civis, segundo Rolim, o problema são os privilégios concedidos
no passado. “A Constituição criou um trem da alegria gigantesco. Ela
trouxe para o Regime Jurídico Único [que abrange o funcionalismo] os
funcionários das fundações federais, principalmente os das
universidades”, afirma.
Para a
Consultoria de Orçamento da Câmara, a União tem o regime de Previdência
“mais desestruturado”, que não tem uma unidade gestora e tampouco um
conselho gestor. Além disso, cada Poder tem o seu próprio sistema de
pessoal e apenas envia informações uma vez por ano ao Ministério da
Fazenda para elaboração da avaliação atuarial.
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