quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Subserviencia e fraqueza do Brasil diante a Bolivia, quando o alinhamento ideologico fala mais alto...


O senador Roger Pinto Molina é um dos principais parlamentares de oposição ao governo do presidente boliviano, Evo Morales. Alegando perseguição política, desde 8 de junho de 2012 ele vivia na embaixada brasileira na Bolívia em condição de asilado.
A condição para deixar a Bolívia com destino ao Brasil era o presidente Evo Morales conceder um salvo-conduto, que é uma permissão dada a determinada pessoa para que ela transite pelo território com a segurança de não ser presa. A principal polêmica sobre o caso está no fato de Molina ter saído sem receber o salvo-conduto, com o apoio de autoridades brasileiras, e sobre a legitimidade de quem decidiu pela ação.
A fuga do político oposicionista para Brasília criou mais um impasse entre os dois países, que possuem um bom histórico de crises diplomáticas.
A chegada do PT ao poder marcou uma profunda mudança na diplomacia brasileira, com um alinhamento político ao terceiro mundo.
O ex-presidente Lula, por exemplo, defendeu o programa nuclear iraniano, condenado por praticamente todo o ocidente.
E sempre referendou as posições do caudilho Hugo Chavez.
O boliviano Evo Morales é tratado como parceiro preferencial do Brasil, apesar de criar embaraços e impor humilhações ao Palácio do Planalto.
Ele ampliou as áreas de cultivo de coca perto da fronteira e anistiou o mercado paralelo de carros usados, muitos deles roubados de brasileiros.
O governo boliviano também manteve 12 corintianos presos ilegalmente por cinco meses e meio em Oruro sem qualquer protesto do Itamaraty.
A advogada Maristela Basso, que atuou nesse caso, afirma que houve uma escandalosa subserviência.
No fim do ano passado, o avião em que Celso Amorim viajava foi revistado pelo Exército, inclusive com cães farejadores de drogas.
E agora, Evo Morales quer que o Brasil passe por cima dos tratados internacionais e extradite o senador Roger Pinto Molina.
Tudo isso aconteceu, segundo o historiador Marco Antonio Villa, por causa de um alinhamento ideológico.
Morales também expropriou uma refinaria da Petrobras e, ao invés de censura, recebeu afagos de Lula quando os militares tomaram as instalações, o nosso governo, não só desculpou a ação do vizinho – como quase pediu desculpas pelo incômodo.
Mas a subserviência de Brasília diante do governo Evo Morales nos reservaria outros episódios vergonhosos – como negociar o preço do gás atendendo mais aos interesses bolivianos do que aos brasileiros.
Ou como engolir o desrespeito de agentes de La Paz vasculhando o avião de autoridades brasileiras. Mas nessa já longa história de rendição aos desejos do presidente Morales, nada foi tão covarde como aceitar medrosamente que um salvo-conduto não fosse concedido ao ex-senador da oposição boliviana - finalmente resgatado graças a algumas ações individuais.
E só falta agora extraditá-lo para completar o descalabro. Além da humilhante posição brasileira em si, nosso país se constrangeu também pela traição de uma história ética e humanitária que sempre marcou o Itamaraty, sendo que  durante reunião da Cúpula Mercosul, os presidentes dos países membros do bloco regional aprovaram um documento determinando que os estados membros não podem “impedir a implementação” do direito de asilo.
Como disse o próprio advogado do senador boliviano: "É uma pena essa politização toda, porque a discussão técnica e jurídica se perde em meio a tudo isso", novamente a ideologia partidaria a frente do interesse nacional e mesmo da justiça, o mesmo tipo de pensamento ideologico que deu asilo politico a Cesare Battisti.
O Itamaraty que era um orgulho para os brasileiros. Agora, é uma vergonha.

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